Ai este cansaço
esta incapacidade dolente
de responder a esta fadiga
e a vida mormente a julgar-me
perante a própria vida
e a tristeza concludente de sentir-me
con(vencida)...
Já não há nas flores a magia poética
de me surpreenderem pela sua beleza
e no seu perfume já não sinto
o aroma típico da natureza.
Tudo é tão falso, fictício e ilusório
e o que me conduz
é apenas este cansaço,
este meu pequeno mundo irrisório
e esta sensação de colapso iminente,
de vontade acontecida, mas descrente...
Prefiro perder-me nas palavras
mesmo quando já não sei de mim,
nem das farsas, nem das mágoas,
nem do principio, nem do fim.
Sei deste cansaço,
sei talvez de outros cansaços também,
sei das vontades enfadonhas
dos meus passos
e dos passos inseguros de alguém...
E sei do meu grito mudo,
do eco impassível aos sentidos
e da tranquilidade que às vezes finjo.
Ai este cansaço!
30.03.2016
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