A noite ontem, na Freguesia de Campos, Vila Nova de Cerveira, foi de poesia, a magia aconteceu e a emoção contagiou todos os presentes. Eu, que estive lá, fui uma das concorrentes, e o momento alto da noite deixou-me os olhos rasos de lágrimas. Fui contemplada com o primeiro prémio e é com muita alegria que o partilho hoje, aqui com vocês.
O ROSTO DA FOME
Que vergonha,
Tem olhos de criança,
Pele macia e mãos pequeninas,
E traja o presente
Com a cor da esperança
Que os seus olhos vestem dia-após-dia.
Esquecido e calado, vagueia à deriva,
Pela sorte enferma que lhe chora a vida.
Nas mãos, um punhado de restos
Tão mudo e tão mouco…
E o que sobra e que fica
É uma sombra oriunda
Da cegueira de todos!
Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança!
13/08/2011
Ana Martins
22 DE MAIO DE 2010
ABRIL DE 2009