O ROSTO DA FOME
Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança,
Pele macia e mãos pequeninas,
E traja o presente
Com a cor da esperança
Que os seus olhos vestem dia-após-dia.
Esquecido e calado, vagueia à deriva,
Pela sorte enferma que lhe chora a vida.
Nas mãos, um punhado de restos
Tão mudo e tão mouco…
E o que sobra e que fica
É uma sombra oriunda
Da cegueira de todos!
Que vergonha,
O rosto da fome
Tem olhos de criança!
13/08/2011
Ana Martins
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