REFLEXÃO



Quantas vezes
Amarfanho no papel
Toda a frustração do momento,
E cada sílaba soletrada
Trava de forma inesperada
O sopro do meu desalento.

Quantas vezes
Grito à vida
Que a tristeza forte e aguerrida
Que me dita em oração
Não é nada e não agita
Não convence nem coabita
Em meu crédulo coração.

Quantas vezes,
Risco no tempo
O dissabor de um momento
Em que fui também culpada,
E as tréguas que pensei dar
Rejeitei-as sem pensar
A julgar-me sobre nada!



23/07/2011
Ana Martins




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