Tu Palhaço, que alegras
Mesmo os corações mais tristes,
Que fazes rir quem já não o sabia fazer,
Que acalmas a dor aos mais infelizes,
Tu Palhaço, também deves sofrer…
Quem te acalma a ti?
Ninguém… Porquê?
Quantas vezes por baixo
Dessa máscara castiça
Que se está sempre a rir,
Quantas vezes lá por baixo,
Existem olhos cansados de chorar,
Lábios cansados de sorrir
E no fundo de ti mesmo
Um ser cansado de lutar!
Quantas vezes,
Quase sempre?
E eu que me tinha habituado
A ver-te como quem não sabe o que é sofrer!
Sabes Palhaço, pensei nisso hoje,
Pela primeira vez,
Mas prometo nunca mais te esquecer
E nas horas tristes, de sofrimento,
Juntar-me-ei ao teu mundo,
Encontrar-te-ei em pensamento.
1981
Do meu Livro, Ave Sem Asas
Ana Martins
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